sábado, 8 de setembro de 2007

Nadar com Golfinhos



Resolvi lançar-me de cabeça e espero não me aleijar… 1ª abordagem sobre
“Nadar com Golfinhos”

Nadar com golfinhos é um sonho para a maior parte dos nossos clientes,
mas muitas vezes torna-se num verdadeiro pesadelo para os animais.
Contudo trata-se de uma boa receita diária para as empresas, incluindo
a minha, Espaço Talassa.
Sempre defendi que devíamos assumir uma posição radical e oposta:
permitir a natação com todas as espécies de cetáceos ou então com
nenhuma. A solução híbrida na qual nos encontramos coloca-nos sob fogo,
tanto dos ecologistas e/ou biólogos radicais, como dos ultraliberais,
para os quais tudo deverá ser autorizado.
Passada a fase da ingenuidade, que nos acompanhou nos primeiros anos e
as primeiras tentativas na água, que orientaram as nossas primeiras
milhas nos mares açoreanos, a velha questão continua premente:
Devemos continuar a propor a actividade de natação com os golfinhos nos
Açores?
Neste link podem consultar o que escrevi sobre a natação de golfinhos
há alguns anos:
http://www.espacotalassa.com/03_gb/14_fiches/index_fiches.htm#famille

Logo, colocada a questão, tentarei pesar os argumentos favoráveis e
contra. Aqui estão os resultados:
Prós:
• Boas receitas para as empresas;
• Actividade que permite prolongar um pouco a época turística durante o
Outono;
• Um encontro inesquecível e fora do comum com estes animais.
Contra:
• Risco de acidente para os clientes, que pode acontecer a uma das
empresas, mas que prejudicará todo o sector;
• Forte impacte sobre os animais, sobretudo porque os grupos de
golfinhos durante a época alta turística estão cheios de crias e também
porque alguns desses grupos são espécies residentes (os Roazes, os
Moleiros e, quase de certeza, os Golfinhos-comuns);
• Esta actividade dificulta o trabalho dos barcos de observação e a
qualidade de observação é inferior, já que os golfinhos alvo da natação
com pessoas, têm tendência a evitar contacto com mais barcos;
• Desrespeito da legislação regional, uma vez que para nadar com os
golfinhos, não existe outra solução que não se já realizar uma
aproximação para a frente do grupo, cortando a sua rota, e muitas vezes
a menos de 50 metros de distância do grupo;
• As directivas, legislação ou código de conduta internacional são mais
favoráveis à interdição da natação (WDCS, IFAW…) fornecem argumentos
suplementares àqueles que nos criticam, com razão, por esta actividade.
A resposta é clara e sem apelo: é melhor rendermo-nos à evidência e
parar com a natação com os cetáceos! No entanto é preciso ter em
consideração o impacte comercial desta acção, que resultaria na perda
de uma boa fatia de clientes de alguns operadores, incluindo o Espaço
Talassa. É por isso que proponho:
• Concessão de um prazo de 5 anos a todos os operadores para procurarem
novos nichos ou segmentos de mercado, estabelecendo-se a interdição no
ano de 2013, e aplicável à época de 2014;
• Tomar medidas imediatas, na forma de uma nova portaria, para limitar
o impacte sobre os animais e os riscos de acidentes:
o A natação só poderia ser proposta em barcos específicos, de reduzida
dimensão (máximo 8 metros de comprimento);
o Estabelecimento de uma licença especial para natação, com o número de
barcos autorizados para a natação a serem limitados a um máximo de 50%
do número total de licenças de whale watching emitidas a essa empresa;
o Perda de prioridade do barco de natação sobre um barco de observação;
o Não misturar, no mesmo barco, pessoas de natação com pessoas de
observação de cetáceos;
o O enquadramento da actividade deve ser assegurada por um profissional
(o marinheiro, por exemplo) com curso de Dive Master ou algo
equivalente. O skipper deverá também possuir curso de primeiros
socorros;
o Interdição de realização de natação numa saída única,
estabelecendo-se que cada pessoa terá que sair, no mínimo, 3 vezes para
o mar;
o O cliente terá que fornecer, obrigatoriamente, um certificado médico,
demonstrando ter capacidades físicas para realizar a actividade;
o Obrigação de utilização de fato de mergulho, para limitar os
acidentes de hipotermia, mas também para melhorar a flutuabilidade,
permitindo ao cliente boiar no mar mais facilmente em caso de acidente
ou fatiga;

Estou certo que esta situação será revista rapidamente a nível legal.
Espero as vossas ideias e comentários e outras acções concebíveis.

Serge Viallelle





I’ve decided to throw myself to the sharks, and make this first approach on swimming with dolphins.

Swimming with dolphins is a dream for most of our clients, but sometimes it becomes a really nightmare for the animals. Nevertheless it comprises na important income for tourism companies, including mine – Espaço Talassa.

I’ve always defended we should assume a radical and opposing position: permission to swim with every species of cetaceans or with none. The hybrid solution in which we find ourselves now puts us in a delicate situation: on one side the radical environmental groups and on the other, the ultraliberals, who defend everything should be allowed.

Now that the naivety which accompanied us in our first years has passed, the old question arouses: Should we continue to propose our clients to swim with dolphins in the Azores?

Look what I wrote about this matter some years ago:
http://www.espacotalassa.com/03_gb/14_fiches/index_fiches.htm#famille

As I pose this question, I’ll try to measure the advantages and the inconvenient:

For:
- Good income for companies
- This activity allows to prolong the season a bit more
- Unforgettable and unusual encounter with this animals

Against:
- Accident risk, which may happen to someone, but could be harmful for the entire sector: politicians and biologists would have no problem in stopping this activity definitely
- Strong impact on the animals, mainly because dolphin pods have a lot of baby’s during the tourist season, and among them some are resident (Tursiops, Gramous, and almost for sure, Delphis)
- This activity harms observation boats work: “swim” dolphins avoid boats and usually swim away from all boats
- Regional Law is not respected, because to allow people to swim with dolphins, a boat must approach from the front of the group, and usually nearer than the 50 meters allowed.
- Directives and Legislation in Europe and around the World are supporting the interdiction to swim with dolphins (WDCS, IFAW


The answer is clear: we should surrender to the obvious and stop swimming with dolphins. But we should consider the commercial impact of the loss of many customers of certain operators (of which Espaço Talassa). This is why I propose:
- 5 years should be given, so that operators could search new market segments, and then on 2013 the interdiction should enter into force on 2014


Immediate measures should be taken through a new “portaria”, limiting this activity impact on animals and accident risks:
- Swimming should only be allowed on a specific small boat (no more than 8 meters long)
- A special swimming license should be released, limiting the allowed “swimming boats” to 50% of all licenses emitted for one company
- Swimming boats should not have priority above observation boats
- It shouldn’t be allowed to mix on the same boat, swimmers and observers.
- Number of swimmers per boat should be limited to 8
- Crew should assure safety: one should be dive master, and also have first aid course
- It should be interdicted to swim on a single trip, establishing that everyone should have 3 trips to the sea, at least
- Customers should supply medical certificate
- Customers should use rubber suit, to limit hypothermia, and to allow people to float better, in case of injury or fatigue.


I’m waiting now for your comments, ideas and other possible actions.

I think this subject will be revised very fast. And I’m afraid that the politic decision will be oriented by biologists, with the only concern to protect what they consider as their private garden. We should not forget the fraud about the portaria regulating our activity and creating the São Miguel exception. But this subject will be discussed in the future. Due to our experience in the sea and with tha animals, we should be honestly heard and understood! Let’s show everybody that we fell responsible to find a solution

Serge Viallelle